Exposição individual

Museu Jan Cunen, Países Baixos

29.01.2022 - 28.08.2023

A partir de 29 de Janeiro de 2022, o Museu Jan Cunen orgulha-se de apresentar uma grande exposição individual de Erwin Wurm (Bruck an der Mur, Áustria 1954). Pela primeira vez, o artista mostrará uma secção transversal da sua obra, desde o mobiliário estreito até às esculturas de um minuto, no contexto de um edifício monumental. A antiga casa residencial Villa Constance, na qual o museu está localizado, não é apenas um local, mas também um parceiro de discussão. Porque o que é exactamente uma casa?

Para Erwin Wurm, uma casa é como uma segunda pele, uma camada à volta da nossa própria pele. "A casa oferece protecção e dá-nos segurança, mas é também um símbolo de estatuto que ostentamos. Basta olhar para o salão ricamente decorado da villa. Diz algo sobre a nossa identidade; talvez - como um carro ou um cão - até começamos a parecer-nos um pouco com ela. Com todos os avanços tecnológicos, poderá perguntar-se como será isso no futuro; será que nos tornaremos realmente um com os nossos bens? Pode um corpo também ser uma casa?'

No seu cerne, o seu trabalho é sobre os seres humanos, a nossa realidade quotidiana e o absurdo que lhe está associado. A série de esculturas de um minuto ainda em crescimento, na qual Wurm trabalha há mais de vinte e cinco anos, é um exemplo revelador. Estas esculturas consistem em objectos comuns, tais como um jumper, mobiliário ou um par de bolas de ténis, acompanhados de uma instrução. Cabe então ao espectador dar vida à obra ou completá-la. E assim coloca uma cadeira sobre o peito, pendurando os braços nos corrimões, resultando num pescoço desconfortavelmente grou (The Idiot II, 2003). Desta forma, Wurm joga com o papel tradicional do visitante. Só olhar não é suficiente, porque: 'Então a obra de arte não conta'.

O trabalho de Wurm é acessível e bem-humorado, mas também o faz pensar. Tomemos, por exemplo, o seu Mobiliário Estreito: mobiliário reconhecível, em tamanho real, que Wurm 'comprime' em dimensões opressivas. As versões estreitas de uma cama, um banho e um urinol apontam o observador para as funções anteriores dos quartos da villa Osse. Ao mesmo tempo, referem-se ao meio em que o artista cresceu: a Áustria do pós-guerra, que aos seus olhos era rigorosa, antiquada e patriarcal. Usando as suas experiências pessoais como ponto de partida, Wurm conta uma história universal.

O trabalho de Wurm está exposto em todo o mundo. Após dezenas de exposições no cenário de um cubo branco, desta vez o contexto de uma villa monumental foi deliberadamente escolhido. Ali, as obras de arte ligam o passado e o presente. Wurm surpreende e confronta, mas também abre a porta à função anterior do edifício e aos seus habitantes. Quem dormiu e tomou banho aqui e partilhou alegrias e tristezas à mesa de jantar? O Museu Jan Cunen e Erwin Wurm contam assim juntos uma história própria, que não pode ser contada em nenhum outro lugar.

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