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Exposição Coletiva

I speak to people on the telephone
7

 

Setembro

 

2017
28

 

Outubro

 

2017
Ryan Gander, Jonathan Monk - I speak to people on the telephone
Ryan Gander, Jonathan Monk - I speak to people on the telephone
Ryan Gander, Jonathan Monk - I speak to people on the telephone
Ryan Gander, Jonathan Monk - I speak to people on the telephone
Ryan Gander, Jonathan Monk - I speak to people on the telephone
Ryan Gander, Jonathan Monk - I speak to people on the telephone
Ryan Gander, Jonathan Monk - I speak to people on the telephone
Ryan Gander, Jonathan Monk - I speak to people on the telephone

Os artistas Ryan Gander e Jonanthan Monk gostam de falar com pessoas ao telefone. É uma das formas através da qual eles se interessam — ou amarram, se preferir — a ideias, modos, métodos e momentos do passado. 

A imediatez, o enfado e/ou a efemeridade de uma chamada telefónica abrem espaço às mais variadas coisas — coisas que não podem acontecer quando tudo está escrito, gravado na pedra-mármore das contas de email com capacidade infinita. O telefone cria intimidade, mas também um intervalo na permanência. 


Como é óbvio, a preferência pelo telefone lembra-nos o jogo infantil «telefone» [ou passa-palavra], que consiste na transmissão de mensagens misturadas ou com erros. Focando-se em conceitos e apropriando-se de qualquer suporte, técnica ou escala que se ajuste aos seus propósitos, tanto Gander como Monk trabalham frequentemente através do envio de instruções — um modo que também cria espaço para deslizes, perversões, equívocos e reversões fascinantes. O jogo do telefone poderá mesmo ser considerado um género de arte conceptual, já que envolve significados esquecidos ou mal interpretados, instruções omitidas ou perdidas na tradução. 


A analogia do telefone também abre as portas para outra alusão, à frase inglesa «phoning it in» [uma tradução literal poderá ser: «enviar por telefone»]. Geralmente empregue para caracterizar uma acção que é feita sem entusiasmo e com o mínimo de esforço, desleixada, o termo «to phone it in» pode, por vezes, ser utilizado para descrever a produção artística. No que diz respeito às práticas destes artistas, o coloquialismo poderá ser empregue de forma descritiva, irónica ou crítica. 


A noção de telefone tem também uma ligação interessante com a história da arte. Da exposição perdida no Museu de Arte Contemporânea de Chicago, Art by Telephone (1969), a peças como o trabalho com o mesmo título feito por Walter de Maria uns anos mais tarde, o telefone e a transmissão de ideias têm uma presença distintiva na arte conceptual. O pedido para escrever este breve texto chegou-me por email — felizmente. Eu não gosto de falar ao telefone; talvez Gander e Monk saibam isso a meu respeito. Na verdade, evito a todo o custo falar através desse aparelho tortuoso; ter a voz de alguém tão próximo do meu ouvido é extremamente desconfortável para mim. É algo que tem melhorado ao longo dos anos, mas por vezes ainda invento desculpas para justificar a minha indisponibilidade para falar ao telefone. 


Ryan Gander, que vive e trabalha em Londres, cria linguagem, jogos, correspondência, performance, escultura, filmes e outros suportes para compor propostas que se materializam no espaço de formas que podem ser entendidas como questões, soluções e mentiras. A viver em Berlim, Jonathan Monk utiliza relações familiares e iconografia conceptual em néon, metal, tinta, filme, diaporamas e fotografia para questionar, responder e re-imaginar continuamente «o que vem a seguir». Ambos os artistas podem ser alcançados por telefone, mas a mim, por favor não me ligue. 



Jens Hoffmann 

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