Cristina Guerra Contemporary Art tem o prazer de apresentar a terceira exposição individual de Luís Paulo Costa na galeria.
Na presente exposição, Luís Paulo Costa apresenta quatro trabalhos inéditos que se situam entre uma expressa banalidade e uma encenação teatral.
A banalidade é assumida não com um sentido depreciativo, que a palavra frequentemente adquire, mas enquanto estratégia de realismo exacerbado e de simultânea anulação do objecto que o artista tem vindo a utilizar nos seus trabalhos. No novo conjunto de obras agora apresentado, o programa estético e conceptual deste artista permanece embora se sinta um novo paradigma a imperar na sua produção: um lento abandono da pintura para uma valorização da dimensão escultórica dos objectos e em especial do espaço envolvente. São transversais aos trabalhos em exposição alguns conceitos como o simulacro, a antecipação, a decepção, a inacessibilidade e a invisibilidade.
Em Welcome, uma acção que decorrerá na porta de entrada da galeria somente durante 30m (entre as 22h e as 22h30) e apenas na noite da inauguração, o artista contrata um grupo de fotógrafos para dispararem os seus flashes a todas as pessoas que entram para o espaço; Banhado por um clarão de luzes, o espectador antecipa (pelo alvoroço dos media) um grande evento ou talvez a presença de uma celebridade, quando no interior da galeria se encontra apenas a exposição do artista.
Na primeira sala da galeria deparamo-nos com Construção (quase pronto). Luís Paulo Costa construiu um muro/parede que torna parte do espaço da galeria inacessível. Ouvem-se sons de pessoas a trabalhar na montagem de uma exposição: serras eléctricas, berbequins, martelos. É neste espaço que o evento que se antecipava à entrada da galeria está a acontecer e novamente é-nos negado o acesso.
Boas intenções é a obra que mais se aproxima dos seus trabalhos anteriores. Uma caixa de cartão - colocada aberta no chão e com orifícios nos lados – induz o acreditar na presença de algo no seu interior. O silêncio que impera na obra frustra novamente as nossas expectativas. Um olhar inquiridor descobre que tudo na caixa está pintado. Esta é uma reconstrução do próprio objecto que ganha, pela acção da pintura, uma nova identidade.
Por fim, a obra It can be anything (with light) ocupa toda a galeria inferior. Uma parede pintada de verde Chroma é ladeada por uma estrutura de iluminação (semelhante às utilizadas em teatro. O verde Chroma é a cor utilizada no cinema para a construção de cenários digitais. Os actores representam sobre um fundo que é construído digitalmente. Esta parede é assumida como espaço de contemplação, como lugar de potência e de projecção.