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Noses & Ears, Etc.
7

 

June

 

2006
23

 

September

 

2006
John Baldessari - Noses & Ears, Etc.
John Baldessari - Noses & Ears, Etc.
John Baldessari - Noses & Ears, Etc.
John Baldessari - Noses & Ears, Etc.
John Baldessari - Noses & Ears, Etc.
John Baldessari - Noses & Ears, Etc.
John Baldessari - Noses & Ears, Etc.

A galeria Cristina Guerra Contemporary Art apresenta, do dia 7 de Junho até o dia 9 de Setembro, uma exposição individual do artista John Baldessari, um dos mais importantes e influentes artistas americanos a surgir na década de 60. A exposição, de título ‘NOSES & EARS, ETC.’, apresenta uma nova série de cruzamentos entre a pintura e a fotografia. No conjunto apresentado, o artista constrói um jogo de planos através de um elemento que recorta e fixa ao fundo da imagem. Este favorece e despoleta uma dinâmica de avanços e recuos, onde determinados pormenores parecem figurar no primeiro plano, enquanto que outros recuam para o interior do “quadro”. O espaço pictural assume-se como um exercício do olhar, um pôr em movimento do olhar, um espaço de aparecer e de manifestação, de ex-stase.

John Baldessari nasceu em National City, Califórnia, em 1931. Influenciado pelo ideário literário e visual dos dadaístas e surrealistas, afirmou-se nos anos 60 com uma série de trabalhos que misturavam imagens da imprensa com linguagem, exuberância Pop com densidade conceptual. No princípio da sua extensa carreira, começou a incorporar material encontrado (cartazes, fotografias, stills, fragmentos de conversas) nas suas telas brancas. Estas montagens, que resultavam da justaposição, edição e recorte de imagens e textos, fragmentavam a linearidade e coerência narrativa ao privilegiar relações casuísticas entre elementos aparentemente ou primeiramente discretos. O trabalho que desenvolvia com a fotografia também serviu de instrumento para agitar o circuito galerístico que recusava expor fotografia.


Em 1970, John Baldessari cremou parte da sua pintura produzida até 1966. O ritual marcou uma viragem da pintura para estratégias de encontro, associação e colisão entre mediums. Todo o trabalho produzido pelo artista desde então permanece, deverá dizer-se, profundamente enraizado nas questões da pintura. Durante os anos 70, Baldessari, que utilizava fotografias da sua terra natal, descobriu um arquivo inestimável de imagens indefinidamente depositadas em lojas de fotografia. Mergulhou num trabalho intenso de recolha de stills de filmes de série B, imagens de diversas campanhas de publicidade e um amplo leque de material de imprensa. “A determinada altura, tinha uns dossiers enormes, cada um organizado segundo uma classificação temática ou de género: pessoas com armas, beijos, cowboys e índios a caírem de cavalo, a levarem tiros, a serem alvejados por setas – quase todos os enredos possíveis. Eu depois cortava estas imagens baratas e recicladas, estas imagens esvaziadas, de modo a dar-lhes um novo significado, ou pelo menos algo diferente do seu significado original” [John Baldessari em conversa com Jeremy Blake, Artforum, Março 2004, p. 163]. Reunia as imagens que se encontravam à sua disposição em grelhas ou composições de diversos painéis, organizados de uma forma livre, que ofereciam diversas leituras e interpretações ao espectador em vez de uma definição estável e una.


Já nos anos 80, abandonou o texto e adoptou a imagem encontrada como um meio suficiente para o desenvolvimento e aprofundamento dos seus compósitos. Mais tarde, adoptou o autocolante redondo, pintado a acrílico sobre a superfície da fotografia, como uma forma de apagamento da identidade do retratado e esbatimento – planura - da imagem. Tal como nestes trabalhos, NOSES & EARS, ETC. é uma continuação da ideia de edição e de censura, de questionamento do exercício de exclusão e inclusão, de uma vontade de realçar aquilo que deixamos permanecer e aquilo que tiramos às imagens.


Como o título indica, esta nova série centra o nariz e as orelhas, eliminando o restante rosto. Estas sobre-pinturas são uma continuação do jogo de omissão que marca a obra do artista desde sempre. Baldessari amputa os lábios, os olhos, as rugas e os sinais, as características distintivas destas pessoas, com uma camada, uma espécie de capuz de tinta acrílica que torna o rosto obscuro e resistente à identificação.


“O que retiro é mais importante. Quero a ausência que cria uma espécie de angústia” [Artforum, Março 2004].

Tal como o artista sublinha, olhos e lábios aparecem de forma isolada ao longo da história de arte. São uma imagem recorrente, por exemplo, os famosos lábios de Man Ray ou a célebre incisão em ‘Un Chien Andalou’ de Luis Buñuel. O nariz e as orelhas, pelo contrário, passam desapercebidos. Parecem-nos estranhos, algo inquietantes quando olhados isoladamente, fálicos quando ampliados e apresentados graficamente sobre um fundo negro.

Esta série também nos fala daquilo que Baldessari intitula “o retorno do reprimido. Quanto mais tentas apagá-lo, mais ele existe” [Artforum, Março 2004]. Algumas destas imagens, curiosamente, lembram escoltas de protecção e a fantasmagoria ou figuras de espanto inerentes às primeiras experiências da fotografia. ND

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